Promoção da Sociedade de Informação e do Conhecimento

2009/09/18

O Potencial das TIC na Administração Pública

As modernas tecnologias de rede vieram permitir acesso a dados, a informação, a serviços e a recursos computacionais a qualquer hora, a partir de qualquer ponto, fixo ou móvel, utilizando débitos binários bastante elevados – normalmente referidos como ‘banda larga’.

Hoje em dia, as tecnologias de rede permitem:
• agregar o poder de processamento de centenas ou milhares de máquinas numa única máquina virtual;
• fazer uma utilização totalmente distribuída de um conjunto concentrado de servidores e serviços, tornando a sua localização irrelevante e/ou invisível para os utilizadores;
• suportar, de forma eficaz, a comunicação máquina-máquina, pessoa-máquina e pessoa-pessoa.

A par do desenvolvimento de tecnologias de rede, o aparecimento de sistemas computacionais cada vez mais poderosos, o desenvolvimento de aplicações de processamento, armazenamento e disponibilização de dados e informação e, ainda, o desenvolvimento de sistemas de informação de larga escala mudaram completamente o modo de funcionamento das organizações.

Naturalmente que a Administração Pública, como entidade fortemente centrada em actividades que envolvem a recolha, processamento e disponibilização de grandes volumes de informação, bem como no fornecimento de serviços à generalidade dos cidadãos, beneficiou de todas as tecnologias já referidas. São vários os exemplos de boa utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC) na Administração Pública e todos os cidadãos reconhecem que, através delas, a interacção Estado-Cidadão tem vindo a ser fortemente melhorada em termos de eficácia.

Para a Administração Pública, o potencial das TIC está, no entanto, longe de estar esgotado. São inúmeras as áreas a explorar, quer ao nível do funcionamento interno, quer ao nível do relacionamento com o cidadão. Enumeram-se, de seguida, algumas:
• eficiente partilha e exploração de recursos, sejam eles computacionais sejam eles pessoas fortemente especializadas (por exemplo, especialistas de administração de sistemas e redes, especialistas de sistemas de informação), rentabilizando meios materiais e humanos;
• acesso distribuído a sistemas de informação globais, eliminando-se, desta forma, múltiplos carregamentos de dados e incoerências de informação; o acesso distribuído permite, ainda, que agentes com os mesmos privilégios de acesso tenham sempre a mesma visão sobre os dados e informação, independentemente da sua localização;
• tele-trabalho – o recurso a redes de alto débito viabiliza a utilização remota de sistemas computacionais a partir de qualquer lugar e a qualquer hora, flexibilizando os horários de trabalho e maximizando a produtividade;
• tele-reuniões e tele-presença – as tecnologias da informação e comunicação permitem, ainda, a utilização de sistemas de tele e vídeo-conferência, o que conduz a fortes poupanças de tempo e dinheiro, já que são minimizadas as deslocações, conduzindo, ainda, a uma maior interacção entre agentes geograficamente distantes;
• soluções de back-up remoto e de disaster recovery – o recurso a redes com elevada largura de banda e a distribuição de data centers permitem explorar a redundância de sistemas e a distribuição geográfica para a constituição de soluções de salvaguarda de dados (back-up) e soluções sobrevivência e recuperação de catástrofes (disaster recovery), tornando os sistemas mais robustos;
• constituição de interfaces entre entidades e os seus públicos alvo, possibilitando, desta forma, a disponibilização de informação e de serviços on-line aos cidadãos em áreas tão importantes como a justiça, as finanças, a educação, a saúde, o lazer, a cultura, a ecologia, a sustentabilidade, o turismo, a segurança, o emprego, a interacção com agentes locais, entre muitas outras.

As TIC têm, indubitavelmente, um elevado potencial para a Administração Pública. Resta agora saber e poder tirar partido dele.

COIMBRA REGIÃO DIGITAL: O FUTURO A ACONTECER
Fernando P. L. Boavida Fernandes
Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
Presidente do Conselho de Administração da Associação Coimbra Região Digital

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